Ame conversar com Deus

Posted: domingo, 15 de janeiro de 2012 by Sung Ho in Marcadores: ,
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Dn 6:1~8
Introdução.
Semana passada estudamos a respeito do Deus que fala. Nosso Deus fala. O mais impressionante é que Deus não somente fala mas como quer se comunicar conosco. O Criador deseja falar com as suas criaturas. Ele primeiro nos fez do pó da terra e depois falou. Todas as demais criações foram feitas pelo poder de sua palavra, mas apenas o ser humano ele primeiro fez para depois falar. Quando duas pessoas falam, temos comunicação, quando temos comunicação podemos ter um relacionamento, e Deus nos criou para relacionar-se conosco a fim de ser, por toda a humanidade, glorificado e adorado!
Orar é conversar com Deus.
Quando eu era criança, eu ouvia dos meus professores que o alimento espiritual era a Palavra de Deus. Ninguém pode ser saudável sem se alimentar do “maná” de Deus. A oração é como o respirar. Sem comer e sem respirar não há vida. Sem Bíblia e Oração, não há cristão.
Talvez a pessoa mais lembrada quando falamos de oração, pelo menos no Antigo Testamento, é Daniel. Hoje quero falar sobre ele. 
Daniel era de família nobre em Judá. Ainda jovem, viu a sua cidade, Jerusalém, ser invadida pelas tropas do maior exército da época, os babilônios. Ele foi levado cativo, e junto com seus amigos Ananias, Misael e Azarias, foi introduzido à corte do rei Nabucodonosor para aprender a cultura dos babilônicos a fim de serem úteis no governo do Rei. As histórias de Daniel e de seus amigos estão registradas no livro de Daniel. Lendo essas histórias, percebemos que esses quatro jovens eram muito especiais: pois amavam a Deus acima de todas as coisas, mesmo que isso significasse, no limite, perder a vida.
Muitos anos se passaram. Daniel foi subindo de posto e chegou a um dos cargos mais altos do império. Naquela época, o Império deixou de ser Babilônico e passou a ser Medo-Persa, uma vez que os persas conquistaram o poder. Entretanto, em tantos anos, nunca se vira naquele império uma figura tão nobre quanto Daniel: ele era uma pessoa realmente especial a tal ponto do Rei Dario querer coloca-lo como o seu “primeiro-ministro” sobre todo o Império.
Esse é o cenário e o contexto dentro da qual se desenrola essa história, muito famosa, que nos ensinará hoje o valor da oração. Meus irmãos, semana passada, falamos sobre a importância da Palavra de Deus e de como devemos ama-la. Hoje, prosseguindo com a série de mensagens “BASE”, quero compartilhar com vocês a respeito da importância da oração para cada um de nós que desejamos caminhar com Jesus da melhor maneira possível. 
1. Daniel era um homem íntegro.
1 Dario achou por bem nomear cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino, 2 e colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era Daniel. Os sátrapas tinham que prestar contas a eles para que o rei não sofresse nenhuma perda. 3 Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império.”
A fama de Daniel já vinha de longe. Nabucodonosor descobriu que Daniel e seus amigos eram pelo menos dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores daquele império (Dn 1:20). Quando Daniel foi o único a adivinhar o sonho do rei e interpretá-lo, Nabucodonosor colocou Daniel como governante de toda a província da Babilônia (Dn 2:28). Foi o rei Belsazar, um dos sucessores de Nabucodonosor, que colocou Daniel como terceiro do império, após ele decifrar as misteriosas palavras que surgiram na parede do palácio durante a grande festa que o rei fizera utilizando os utensílios do Templo de Jerusalém (Dn 5:30).
A reação mais óbvia que os colegas de trabalho de Daniel, os súditos do rei, sentiam a respeito de dele diante de sua meteórica trajetória de sucesso não poderia ser outra a não ser inveja. Sim. As pessoas ficaram com inveja de Daniel: “como um servo trazido como prisioneiro pode ser nosso chefe?”. Daniel fora designado como um dos três supervisores de todos as 120 satrapias, ou seja, províncias, tomando conta dos 120 sátrapas, ou seja, os governadores das províncias. A função desses supervisores era clara: cuidar para que “o rei não sofresse nenhuma perda” (vr. 2), ou seja, para que não houvesse corrupção na máquina administrativa do governo. Não havia alguém mais adequado à função do que o íntegro Daniel.
3 Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império. 4 Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente. 5 Finalmente esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”.”
Diante do desejo do rei em fazer Daniel o “segundo do Reino”, as pessoas que tinham inveja de Daniel, os funcionários públicos que estavam sendo “prejudicados” em seus atos de corrupção devido à integridade e lisura de Daniel tentaram achar todas as formas para derrubá-lo. Revistaram a sua vida para ver se havia algum erro ou pecado que pudesse ser motivo de uma denúncia. Existe um ditado que diz: “não há nada que ao ser sacudido não solte poeira”. Mas Daniel era íntegro. Existia apenas uma saída para incriminar e se livrar de Daniel: usar a fé que ele tinha em Deus contra ele. Foi isso o que eles fizeram.
2. O plano para matar Daniel.
6 E assim os supervisores e os sátrapas, de comum acordo, foram falar com o rei: “Ó rei Dario, vive para sempre! 7 Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos leões. 8 Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”. 9 E o rei Dario assinou o decreto.
Em todo lugar temos os chamados “puxa-sacos”. São pessoas que querem levar vantagem sobre os outros grudando em figuras poderosas e importantes tecendo elogios e mais elogios, os bajuladores, os aduladores. Já que pela competência os adversários de Daniel não podiam vencer, eles resolveram apelar. Eles sabiam que Daniel, sendo judeu, adorava apenas um Deus, YHWH. Eles sabiam que um judeu aceitaria morrer em troca de adorar e se prostrar diante de um ídolo. Aliás, os próprios amigos de Daniel já tinham experimentado a fornalha por não adorarem à estátua que Nabucodonosor fizera. Sim! Esse era o plano para matar Daniel: Se o rei assinasse um decreto que o tornava deus-homem por 30 dias e proibisse toda a adoração a qualquer outro deus que não fosse o próprio rei, Daniel seria pego em flagrante adorando a Deus. Seus adversários sabiam que a fé que Daniel tinha em YHWH era maior do que tudo!
É claro que o rei gostou da ideia. Ele selou com o seu anel. Uma vez selado, a lei não poderia ser revogada ou alterada. Esse era o costume da época.
3. Lições sobre oração ensinados através da vida de Daniel.
Todos estavam em suas posições. Daniel chegou em casa e os olhos de todos estavam à espreita dele. Eles sabiam que aquele seria um plano 100% bem sucedido. Eles sabiam que Daniel não se curvaria àquela decisão do seu rei.
10 Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus.
Esse versículo nos ensina duas lições preciosas sobre oração.
I. Daniel orou em todos os momentos, mesmo nos mais adversos.
10 Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer
Daniel não abandonou o seu costume de orar continuamente, todos os dias, várias vezes por dia por causa de um simples decreto do rei que o proibia de fazer aquilo. Daniel não poderia orar ao seu rei e nem adorá-lo, pois só existe um Deus a ser cultuado, YHWH. Ainda que esse decreto colocasse sua vida em risco, Daniel pôs a vontade de Deus acima de qualquer vontade humana. Foi isso que o apóstolo Pedro falou diante dos sacerdotes que ordenaram que ele parasse de pregar o Evangelho: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (At 5:29).
Meus irmãos, convido a você conversar com Deus todos os dias, em todo momento, aonde você estiver. Daniel orava sempre, três vezes ao dia, provavelmente de manhã, ao meio-dia e à tarde (cf. Sl 55:17,18) com as janelas abertas em direção à Jerusalém. Ele não se importou com quem pudesse ver. Ele tornou pública a sua oração. Meus irmãos, Calvino disse que “devemos manter o costume de oferecer sacrifícios de oração em nossos corações, mas que a nossa confissão aberta é também necessária para que assim a realidade de nossa adoração a Deus possa aparecer claramente
, ser testemunho para outras pessoas.
Jerusalém era a cidade onde estava o Templo de Salomão, que fora destruído por Nabucodonosor em 586 BC. Significava para Daniel a presença de Deus, o anseio de estar em sua presença, e também a esperança da restauração. Meus irmãos, orar é ansiar pela presença de Deus e querer de todo o coração que os seus planos se cumpram em nosso viver. Mais do que pedir, orar é depender, esperar e amar a vontade de Deus, seja ela qual for, todos os dias, continuamente. Assim como não paramos de respirar, não podemos parar de orar!
II. Daniel tinha uma atitude correta ao orar.
três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus
Daniel se ajoelhava. Esse é um costume esquecido por muitos de nós. Quem dentre nós ora ajoelhado? Porém, não há postura de indique mais humildade do que essa. É exatamente essa a postura através da qual devemos nos dirigir a Deus em oração. É só lembrar com quem nós estamos conversando nas nossas orações: é com o Deus Todo-Poderoso, é com Jesus que nos salvou morrendo na cruz e ressuscitando. É com o Espírito Santo que está sempre a nos guiar e fortalecer. Oração é e deve ser prova de humildade: “Deus, eu preciso de Ti, porque sozinho não posso fazer nada!”.
Daniel orava agradecendo a Deus! Ele era um homem grato e expressava essa gratidão em suas orações. Embora ele tivesse sido levado àquela terra como prisioneiro, Daniel nunca se esqueceu de agradecer em todas as coisas a Deus. O apóstolo Paulo nos ensina: “Alegrem-se sempre. Orem continuamente. Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Ts 5:16~18).  Meus irmãos, nunca se esqueça de agradecer a Deus em todas as suas orações. Inunde suas orações com ações de graças, pois Deus ama um coração grato!
Daniel foi denunciado. Nem o rei, que tinha um carinho especial por Daniel, pôde fazer algo. Era a lei. Daniel foi preso, sentenciado sumariamente e colocado dentro da Cova dos Leões para ser comido pelas feras. Mas Deus não desamparou Daniel.
4. Da cova à glória.
O rei não pôde dormir. O seu fiel súdito Daniel estava preso dentro da cova com leões esfomeados. Depois de uma noite longa, com os primeiros raios de sol no horizonte, ele foi para a porta da cova e viu que Daniel estava vivo, ou melhor, que o Deus a quem Daniel servia o salvara!
19 Logo ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos leões. 20 Quando ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz que revelava aflição: “Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?” 21 Daniel respondeu: “Ó rei, vive para sempre! 22 O meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei”. 23 O rei muito se alegrou e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o tiraram da cova, viram que não havia nele nenhum ferimento, pois ele tinha confiado no seu Deus. ”
Até Dario sabia da fidelidade de Daniel a Deus. Daniel servia a Deus continuamente. E a maior marca disso é a vida intensa de oração que ele tinha. Ele amava conversar com Deus. Para ele, um estrangeiro em uma terra estranha, depois de perder tudo o que tinha, Deus era a única pessoa que poderia salvá-lo e restaurar novamente todas as coisas. Daniel confiava nas promessas que Deus fizera aos profetas do retorno e da restauração de Jerusalém e do país (cf. Ez 43:2, Jr 29:10,14).
Por causa da intensa paixão que Daniel tinha por Deus, até o rei Dario, um rei ímpio que não conhecia a Deus emitiu um edito, um decreto real para todo o seu império dizendo:
“Paz e prosperidade! 

26 “Estou editando um decreto para que em todos os domínios do império os homens temam e reverenciem 
o Deus de Daniel. 

“Pois ele é o Deus vivo 
e permanece para sempre; 
o seu reino não será destruído, 
o seu domínio jamais acabará. 
27 Ele livra e salva; 
faz sinais e maravilhas 
nos céus e na terra. 
Ele livrou Daniel 
do poder dos leões”.
Meus irmãos, por causa de uma pessoa, a história pode ter seu rumo totalmente transformado. Por causa de uma oração, e por trás dessa oração, por causa de um coração que não se curvou diante das ameaças, mas se manteve firme em Deus, o nome de YHWH foi exaltado em tudo o mundo. Quero hoje desafiar a cada um de vocês, e a mim também, para que tenhamos uma vida de oração assim. Em todos os momentos, até naquelas horas que orar a Deus seja sinônimo de passar vergonha, ou até morrer, será que teremos a mesma coragem de Daniel? Sim, a nossa vida de oração não depende apenas da nossa força, mas depende, e muito da ajuda do Espírito Santo!
E assim com Daniel continuamente se dirigia a Deus em oração, se relacionava com o Senhor, Deus o abençoava também continuamente: “28 Assim Daniel prosperou durante os reinados de Dario e de Ciro, o Persa.
Meus irmãos, o convite do Espírito Santo para mim e para você é que abramos nossos corações para que ele aja a fim de nos dar mais sede pela presença de Deus, mais sede em orar. Que Deus nos incomode quando não oramos, que o orar seja como o nosso respirar. Amém.

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