A Justiça que vem de Deus para o homem - Parte 2 - A resposta do Homem (Rm 1.17) mp3

Posted: sábado, 22 de outubro de 2011 by Sung Ho in Marcadores:
0



Para baixar o mp3 da mensagem, clique aqui

A Justiça que vem de Deus para o homem - Parte 1 - A ação de Deus (Rm 1.17) mp3

Posted: by Sung Ho in Marcadores:
0



Para baixar o mp3 da mensagem, clique aqui

Romanos - Atualização

Posted: by Sung Ho in Marcadores: ,
0

Passei muito tempo sem postar as mensagens de Romanos que venho pregando no MEP.

Segue link para quem quiser lê-las: http://www.scribd.com/collections/2897166/O-Evangelho-de-Deus

Nele.

Membros- Hebraico

Posted: by Sung Ho in Marcadores:
0

Para re-fixar o que aprendi a mais de um ano...

Caneta e papel na mão.

Posted: quinta-feira, 20 de outubro de 2011 by Sung Ho in Marcadores:
0


Desde as pinturas pré-históricas nas cavernas, passando pelos tabletes (de barro) da Suméria, pelos papiros egípcios, pelos papéis de seda da China, chegando aos modernos papéis da atualidade, o homem sempre escreveu. Com pedaço de osso, galho de planta, pincéis dos mais variados, bico de pena, Mont-Blanc: a escrita é a maior invenção humana!
 
Hoje temos um problemão (em minha opinião, claro): as pessoas, no geral, perderam o costume de escrever...
 
Acho isso ruim? Em parte sim. A escrita revela muito daquilo que pensamos e até daquilo que somos. Sou daquelas pessoas que gosta de uma letra bem escrita, da dedicação em produzir um manuscrito de qualidade. Sempre me vêm à memória recordações do meu avô, que mesmo depois dos seus 80 anos, copiou a Bíblia inteira quatro vezes! Ele sempre me dizia que ao fazer isso, ele lia a bíblia três vezes: uma ao copiar, outra ao escrever, e por fim,  para conferir se aquilo que copiara estava certo. Fantástico a habilidade que ele tinha em escrever, como um copista medieval... o que ele fazia não era uma mera atividade de “escrever”, ele fazia arte. Nós perdemos essa arte.
 
Não sou contra a tecnologia, muito pelo contrário, tenho um notebook iMac, uma iPad, Blackberry, produzo meus textos, na sua grande maioria, direto na tela do computador. Mas, em quase todas as vezes que faço isso, sinto falta daquela folha de papel para fazer aquele rabisco-rascunho, sublinhar, pintar, riscar, reescrever (confesso que é difícil encontrar tempo para preparar um rascunho antes de escrever). Sem “deletar”:  tudo registrado. É como se o papel deixasse o rastro de cada lapso de pensamento que veio à tona na sua mente. É verdade que no meu caderno não tenho um mundo de aplicativos. Também, não preciso de nenhum deles quando estou escrevendo, apenas de um espaço em branco e de uma caneta.
 
Tenho um caderno, algo precioso. Não é apenas um diário. Registro, e procuro registrar tudo o que vem à minha cabeça de relevante, tudo o que Deus fala comigo. Lá estão os preciosos rabiscos de uma mensagem dominical, utopias, decepções, temores, alegria, incertezas, orações. Sabe qual é a vantagem do caderno? E principalmente de se escrever nele a caneta? É que você não pode apagar. Tudo estará lá para você ler daqui a dois dias ou vinte anos, para você e para quem quiser ler.
 
Hoje mesmo, estava sentado em um coffe-shop, tomando expresso, comendo um pedaço de bolo e escrevendo nesse caderno. Na verdade, ao escrever, estava falando com Deus.
 
Escrever, para mim, é a tentativa de ser profundo, em meio a um mundo tão superficial de raso. É minha luta constante contra a preguiça..
 
Tenho certeza que esse amor pela escrita vem do meu amor pelos livros. Por isso da minha dificuldade, por exemplo, com os e-books. Simplesmente NÃO CONSIGO LÊ-LOS. Se você lê a Bíblia na tela do seu celular, você é meu herói.
 
Observação final: Como eu gostaria de ter escrito esse texto, primeiro à mão. Mas o tempo não me permitiu. Nesse sentido, meu maior inimigo agora foi o relógio.

0

* Zigmunt Bauman, sociólogo polonês, muito apreciado pela academia brasileira, tem escrito uma série de livros traçando vários diagnósticos da sociedade de hoje, dita pós-moderna. O curioso é que em todos os seus títulos a palavra “líquido” está presente: Vida Líquida, Amor Líquido, Tempos Líquidos, Medo Líquido, etc. Sim, ele define o nosso mundo como sendo líquido.

Particularmente gosto dessa analogia. O mundo não possui mais uma forma definida de se pensar: todos tem capacidade de optarem por suas próprias verdades. Conceitos que antes eram intocáveis foram diluídos e relativizados: se o cristianismo falava até então da “verdade”, o nosso mundo propõe as “verdades”, pelo menos uma para cada sete bilhões de pessoas que habitam nosso planeta. Assim, o cristianismo foi deslocado de uma posição de absoluta incontestabilidade para a uma categoria quase que de um estilo de vida, que vai ao gosto do freguês.

Essa liquidez me traz um grande inquietamento, e nessa noite, gostaria de dividir com vocês apenas um, quando o assunto é Igreja Emergente: como ela consegue, ou conseguirá comunicar um Evangelho Absoluto para um mundo líquido, que não mais admite, por exemplo, categorizações dogmáticas? Como pensar n um Evangelho Absoluto para um mundo líquido através de uma Igreja Emergente?

Como dizer para um homossexual que ele não está vivendo de acordo com a vontade de Deus? 
Como expor um texto de Atos, por exemplo, na qual Lucas é explícito, ao citar o apóstolo Pedro, em dizer que não há salvação em nenhum outro nome, a não ser o de Jesus? 
E como apresentar um Cristo, que a si mesmo se identificou como sendo "o Caminho" diante da variedade imensa de caminhos alternativos que o mundo a pós-modernidade diz oferecer?

Para ser sincero, vejo pontos positivos no movimento de Igrejas Emergentes para cima dos trópicos, nos EUA e na Inglaterra, no sentido deles fazerem uma releitura, por exemplo, da estética, da liturgia, e até dos métodos de pregação, tornando a mensagem de Cristo, pelo menos mais inteligível a pessoas que na sua maioria vivem em grandes centros urbanos e que tiveram, já desde a suas infâncias, uma educação totalmente secularizada nas suas escolas.

Entretanto, creio que o ponto crítico do movimento não seja o uso de velas ou não, a recitação do Credo apostólico ou não, de se pregar de terno ou não, usar três pontos ou quatro páginas no sermão. Mas a maior inquietação está no fato de como a Igreja Emergente vem lidando com o Evangelho em si, entendido como fonte primária do Cristianismo.

O fato é que o Evangelho, diferente da pós-modernidade, não é liquida. Ele está mais para rocha e fundamento do que para uma relativização em termos de “gosto próprio” ou de uma liquidez que se amolda em qualquer canto e em qualquer cabeça.  Se a igreja emergente está pregando um Evangelho adaptado, ou seja, moldado aos ouvidos e às necessidades dos homens pós-modernos, excluindo de seus cânones a verdade incontestável e bíblica, por exemplo, da Criação do Universo por Deus, do sacrifício vicário e substitutivo de Jesus na Cruz, da depravação humana, da ação do Espírito Santo na vida das pessoas em tirá-las do pecado e levá-las para Deus, santificando-as, do céu, do inferno... Será mesmo que essa igreja, mesmo tendo o rótulo de emergente, está de acordo com aquilo que a define como igreja?

A essa inquietação se transforma em angústia quando ouço algumas frases como estas:
            “Estamos mais preocupados em manter relacionamentos verdadeiros do que discutir doutrina nessa igreja”
            “Queremos uma igreja mais aberta e livre sem o jugo do legalismo e de dogmas inflexíveis”.
            “Não precisamos de teólogos, para quê, se temos o Espírito Santo?”

Como pregador, como teólogo e como apaixonado pelo Evangelho de Deus, quero compartilhar essa quase que angústia também com vocês: da igreja emergente estar tão preocupada em se amoldar e se fazer comunicável ao mundo que acabe perdendo seu vínculo principal com Cristo que é o Evangelho, um Evangelho que não pode ser relativizado, que não pode ser lido apenas como um compêndio de lições morais, um Evangelho que constitui-se como A Verdade.

Oro, para que a Igreja Emergente siga um dos lemas da reforma: Eclesia reformata,semper reformanda secumdum verbum Dei, uma igreja reformada que sempre está se reformando de acordo com a Palavra de Deus, mas que também não ponha tudo a perder tentando amoldar um Evangelho Absoluto e firme aos padrões líquidos desse mundo pós-moderno que estamos vivendo. Precisamos sim, de tempos em tempos, nos reformarmos, mas sempre de acordo, e sempre cativos ao Evangelho de Cristo. Que Deus nos ajude. Amém.


* Devocional feita na 2a. Semana de Estudos Teológicos no Seminário Servo de Cristo em 19.10.2011