Fogo Estranho (Lv 9:22~10:3)

Posted: domingo, 24 de julho de 2011 by Sung Ho in Marcadores: ,
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A Religião não salva ninguém - A circuncisão

Posted: sábado, 23 de julho de 2011 by Sung Ho in Marcadores: ,
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15. Série Romanos - A Religião não salva ninguém - A Circuncisão (Rm 2.25~29)

Santificado seja o Teu nome (Mt 6:9b)

Posted: sábado, 2 de julho de 2011 by Sung Ho in Marcadores:
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Santificado seja o teu nome” (Mt 6:9c)

Depois de invocar Àquele a quem a oração é dirigida, ou seja, a Deus, Jesus faz a sua primeira petição: “Santificado seja o teu nome”.

No mundo hebraico bíblico, o nome tem uma estreita relação com a própria pessoa. No caso de Deus, essa relação é tão próxima que é indistinguível[1]. A questão do nome de Deus era algo tão sério no judaísmo (e ainda é), que não se pronunciava o seu nome, o YHWH, ou Yaweh, revelado à Moisés em Êx 3:14. 

O terceiro mandamento do decálogo (Êx 20:7) reflete exatamente essa percepção de que o nome de Deus é tão santo quanto a sua própria pessoa, por isso lábios impuros não podem pronunciar essa palavra. Por isso é que os judeus se dirigiam a Deus pelos seus títulos como: Senhor (adonay), o Nome (ha shem), Deus (Elohim). Ainda no contexto judaico, ao orar assim tinha o sentido de Deus cumprir todas as suas promessas ao seu povo trazendo assim vingança aos seus inimigos[2].

Jesus, que já revolucionou o mundo religioso da época ao chamar Deus de Pai, agora se dirige em oração a engrandecer ainda mais esse nome tão poderoso.

Mas novamente, parece que estamos diante de um paradoxo: Se o nome de Deus já é santo per se, como podemos ainda “santificar” esse Nome? Rienecker diz: “Pai, santifica o teu nome, i. e., faz valer o teu nome entre nós e também em mim, completamente, diariamente, a cada ora[3]. Lutero vai além ao explicar: “Esta oração (...) implica que o Nome de Deus é conhecido por aquele que ora. Não se ora por qualquer coisa que não se conhece. Isso pressupõe que o nome de Deus já está santificado[4].

A questão nessa primeira petição é: a). o quanto reconhecemos Deus como alguém digno a quem devemos recorrer a todo momento;  b). e o quanto esse mesmo Deus é santificado no nosso viver. Que o nome de Deus, ou seja, que Deus é santo, não há dúvidas, mas o quanto Ele é santificado em mim, em minha comunidade, e no meu mundo?

O primeiro pedido da oração que Jesus nos ensinou não tem nada a ver com os nossos anseios e desejos, mas sim, com o cuidado que devemos ter em que Deus seja santificado, separado, consagrado em primeiro lugar e acima de todas as nossas vontades egoístas.

O problema em nossas orações não está no simples ato de pedir, mas no quê estamos pedindo. Será que Deus é santificado em nossas vidas ao ponto do nosso primeiro pedido ser que Ele venha a ser cada vez mais glorificado, deixando para o segundo plano aquele meu pedido particular, e muitas vezes mesquinho e idiossincrático?

O convite de Jesus é que Deus seja tão santificado em nós ao ponto do nosso primeiro interesse ser em que Deus seja cada vez mais centro de tudo. Ele é, mas eu reconheço isso movido pelo poder do Espírito Santo?


[1] Para ter uma idéia melhor disso, vale a pena ler: Ml 1:16, Is 29:23, Ez 36:23, Jo 12:28; 17:6.
[2] Cf. Hagner, Donald A. In WBC, Mathew 1-13, pág. 148.
[3] Cf. Rienecker, Fritz. Evangelho de Mateus. pág. 95.
[4] Cf. Barth, Karl. O Pai Nosso. pág. 40.