A semente que combina com o seu coração. (Mc 4:1~20)

Posted: quarta-feira, 30 de junho de 2010 by Sung Ho in Marcadores: , ,
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Jesus gostava de contar histórias. Muitas vezes, nos relatos dos evangelistas, Jesus não falava diretamente acerca do Reino, mas através de parábolas. Ele não fazia isso porque era mais pedagógico, ou porque ele achava mais bonito. Havia um motivo: Jesus, na verdade, queria levar as pessoas a uma reflexão mais profunda das verdades do Reino. As parábolas não eram contadas para explicar, mas sim, confundir a cabeça daquelas pessoas que estavam com as mentes e corações totalmente cativa ao costume religiosos do judaísmo, muito distantes do real propósito de Deus.

Uma das parábolas mais famosas é a do "semeador". Ela conta a história de um homem que saiu para semear. Dependendo do lugar onde a semente caía, diferentes coisas aconteciam. O semeador some da cena da história e o foco passa a ser as sementes e o solo onde elas caem. Para cada solo, há uma reação diferente da semente.

Esse é a única parábola que Jesus explica totalmente. Ele o faz aos seus discípulos em particular. A eles tinha sido dado o "conhecer" das verdades do Reino de Deus. O cerne da explicação de Cristo sobre essa história é as diferente reações que diferentes corações têm com relação a um só coisa: a Palavra de Deus.

A palavra sobre a qual tudo o que somos como cristãos encontra a sua base. De tão importante que é a palavra, João diz que "aquele que é a palavra estava com Deus e era Deus". Quando nos deparamos com a Palavra de Deus, estamos tendo um encontro pessoal com o próprio Deus, com o próprio Jesus, dentro da esfera do Espírito Santo. Porém, a palavra em si não gera nenhuma mudança em nossas vidas sem que ela entre nos nossos corações.

Como temos reagido à Palavra de Deus? Será que ela corresponde a apenas uma série de mandamentos e ordenanças que devem ser obedecidas a qualquer custo? Será que é um conjunto de doutrinas na qual o cristianismo encontra o seu raizon d'être? Qual é, afinal, a importância que essa palavra tem para nós? Apenas uma pessoa totalmente baseada nas Sagradas Escrituras será alguém realmente espiritual.

Jesus ensina que a nossa relação com a Palavra não é apenas passiva. Nós não somos cestos onde Deus despeja toda a sua palavra. Pelo contrário. Essa palavra gera em nós transformação, que parte de Deus, mas que atinge todos os sentidos de nossa existência. Tudo isso a partir do semeador, da semente e de uma boa terra.

Analisaremos três pontos:

1. O Semeador que semeia as sementes em todos os lugares.

2. A semente que não combina com o solo.

3. A semente que combina com o coração.

O Texto (Mc 4:1~20) também em Mt 13:1~23; Lc 8:1~15

1 Novamente Jesus começou a ensinar à beira-mar. Reuniu-se ao seu redor uma multidão tão grande que ele teve que entrar num barco e assentar-se nele. O barco estava no mar, enquanto todo o povo ficava na beira da praia. 2 Ele lhes ensinava muitas coisas por parábolas, dizendo em seu ensino:

“Ouçam! O semeador saiu a semear.4 Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. 5 Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. 6 Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. 7 Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. 8 Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um”.

9 E acrescentou: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!”

10 Quando ele ficou sozinho, os Doze e os outros que estavam ao seu redor lhe fizeram perguntas acerca das parábolas. 11 Ele lhes disse: “A vocês foi dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão fora tudo é dito por parábolas, 12 a fim de que,

“ ‘ainda que vejam,

não percebam;

ainda que ouçam,

não entendam;

de outro modo,

poderiam converter-se

e ser perdoados!’[1]

3 Então Jesus lhes perguntou: “Vocês não entendem esta parábola? Como, então, compreenderão todas as outras? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a palavra é semeada. Logo que a ouvem, Satanás vem e retira a palavra nelas semeada. 16 Outras, como a semente lançada em terreno pedregoso, ouvem a palavra e logo a recebem com alegria. 17 Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam. 18 Outras ainda, como a semente lançada entre espinhos, ouvem a palavra; 19 mas, quando chegam as preocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas sufocam a palavra, tornando-a infrutífera. 20 Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma colheita de trinta, sessenta e até cem por um”.

Estrutura:

São três os elementos importantes dessa parábola: o semeador que sai para semear, a semente em si que é lançada e o solo sobre o qual as sementes caem inicialmente. Devemos os ater na história em paralelo com a aplicação e o ensinamento que Jesus nos trouxe, tentando fugir de qualquer alegorização a mais que o texto não está preocupado em apresentar. Segue abaixo um quadro exegético do texto.

Solo

descrição do solo

solo versus semente

resultado

à beira do caminho

" as aves vieram e a comeram"

Satanás rouba a palavra no começo.

em terreno

pedregoso

"onde não havia muita terra"

" as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz"

Recebe com alegria, mas a falta de profundidade é o problema.

espinhos

"cresceram"

" sufocaram as plantas"

"não deu fruto"

Ouvem, mas a preocupação da vida é maior.

em boa terra

"germinou, cresceu e deu boa colheita"

Ouve, aceita e frutifica.

1.O Semeador que semeia as sementes em todos os lugares.

"Ouçam! O semeador saiu a semear" Mc 4:3

Parece uma atitude muito estranha: por que o semeador semeia em lugares que ele sabe que não terá um bom resultado? A impressão que temos é que, de maneira deliberada, ele jogou as sementes nos quatro tipos de solo que a história nos apresenta.

Se olharmos apenas para a história, chegaremos à conclusão de que esse semeador está fazendo algo muito contra-producente. Porém, quando olhamos com atenção àquilo que Jesus explicou aos seus discípulos, compreenderemos o por que disso: "O semeador semeia a palavra" (v. 14).

A palavra de Deus deve ser pregada a todas as pessoas. Essa é a tarefa de todo o cristão. Esse é o alvo de toda a pregação: alcançar cada vez mais pessoas com a palavra do evangelho. Como o conselho de Paulo a Timóteo, "Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte, com toda a paciência e doutrina" (2Tm 4:2).

Aquele que prega a palavra, prega confiando Naquele que é a Palavra. Quando falamos de Cristo para alguém, quando ensinamos os nossos alunos a verdade do Evangelho, muitas vezes temos que pregar como fez esse semeador. O julgamento do "solo mais adequado" não está em nós, porque quem dá o crescimento é Cristo. Paulo, por exemplo, sabia disso. "Eu plantei, Apolo regou, mas é Deus quem faz crescer" (1Co 3:6).

2. A semente que não combina com o solo.

O semeador saiu a semear e as sementes começam a cair em diferentes tipos de solo, que refletem a condição espiritual das pessoas que a recebem. O primeiro lugar onde as sementes caem é "à beira do caminho" (v. 4). O que acontece em seguida é descrito por Jesus: "as aves vieram e a comeram".

Temos duas coisas a considerar: primeiramente, estar "à beira do caminho", ou seja, à margem do caminho, indica uma condição de mundanismo. A Bíblia faz uma diferenciação clara entre aqueles que "pertencem ao Caminho" (At 9:2) daqueles que estão à margem. O cego Bartimeu, por exemplo, antes de seguir a Jesus estava "à beira do caminho" (Mc 10:46b).

O que acontece quando pessoas que não estão sintonizados com Jesus ouvem a sua palavra? "Satanás vem e retira a palavra nelas semeada" (v. 15). O diabo tem uma grande missão: roubar a Palavra. Ele sabe que no dia em que ouvirmos verdadeiramente a Palavra de Cristo, seremos livres: "conhecerei a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8:32).

O que o diabo faz para enfraquecer a igreja? Ele mina a Palavra e a doutrina. Estamos vivendo em tempos que são muito difíceis para a pregação da palavra genuína de Deus. Muitos falam de um Jesus que não condiz com verdade. O Evangelho pregado é aquilo que Paulo chamou de "outro Evangelho" (Gl 1:6). O diabo que tirar a nossa atenção da Palavra.

Satanás é o pássaro que vem roubar a palavra que foi pregada. O interessante é que o diabo fez isso antes que ao menos a semente pensasse em germinar. O diabo é rápido para roubar. É o que ele faz de melhor.

Em seguida, "Parte dela (semente) caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda." (v. 5). A semente até encontrou alguma terra para pode germinar. Porém, o grande problema é a falta de profundidade. Cada vez mais nos tornamos em pessoas "rasas". Não há um mínimo de profundidade em nossas vidas. Não paramos para pensar em cinco minutos sobre o nosso futuro. O Evangelho não pode conviver como essa condição. O mundo está ficando cada vez mais fútil, sem um senso de significância. o que o Evangelho faz é justamente dar profundidade à nossa vida. Pessoas com o coração raso são assim: se empolgam com a palavra, mas desistem diante dos desafios que ela nos oferece.

Nossos relacionamentos são mais rasos do que piscina infantil. Temos medo de nos expor, temos receio de enfrentar os problemas de outras pessoas. Mesmo dentro da igreja, se tornou cada vez mais cômodo ir e vir sem nenhum tipo de comprometimento e envolvimento. Evangelho não brota em solo raso!

As pessoas "ouvem a palavra e logo a recebem com alegria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam" (v. 16,17). Às vezes a própria palavra vai gerar em nós alguns tipos de conflitos e tribulações. As pessoas não querem isso. Para eles, somente o Deus do "bom e do melhor" é o suficiente. A palavra nos desafia, nos muda, corrige, nos encurrala, a fim de que possamos ser à imagem de Cristo!

O terceiro tipo de solo que não combinou bem com a semente foi o solo com espinhos: "Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto". Ninguém gosta de viver sufocado com alguma coisa. Queremos ser livres! Quando são os problemas da vida que nos sufocam, perdemos a lógica, ficamos desesperados. Para essas pessoas, a semente até penetra no solo, germina e nasce, mas os espinhos por fora o sufocam, de maneira que a planta não recebe nem sol nem espaço, e ela não dá fruto.

Outro problema apontado por Jesus é a esterilidade. Crentes que estão na igreja, no caminhar cristão, mas que nunca conseguem ter "frutos". São crentes esquizofrênicos. Ele mesmo acha ser um cristão, mas na hora de provar pelas suas obras e atitudes, ele falha. Essas pessoas ouvem a palavra, "mas, quando chegam as preocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas sufocam a palavra, tornando-a infrutífera" (v.19). Por que isso acontece? Isso porque para essas pessoas, Deus nunca é o primeiro lugar. As demais coisas sempre estão à frente: preocupações desta vida, ou seja, meu emprego, meu estudo, meu casamento, minha família. O engano das riquezas toma o lugar de Deus e o desejo por outras coisas mais. São pessoas hedonistas e materialistas. De gente assim, nossas igrejas estão cheias. Se você vir um cristão sem nenhum fruto, ele provavelmente terá a semente plantada em meio a muitos espinhos.

O que Jesus fará com as suas árvores infrutíferas? "O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo" (Mt 3:10). Deus não tem compromisso com gente que não produz fruto, ou seja, pessoas que não se deixam ser transformadas por Deus, porque no fundo, confiam mais em outras coisas, tem prazer em outras coisas do que em/de Deus.

Esses três tipos de solo são reprovados por Deus. Esses três tipos de coração não combinam com a semente da Palavra. Coração que não combina com Deus será julgado e destruído. Antigamente, fomos ensinados de que em alguns momentos da nossa vida podemos ser parecidos com um desses três tipos de solo, e que isso é normal. Essa opinião está longe de ser a verdade de Jesus. Para Ele, apenas as sementes que crescem em bom solo e que dão fruto serão contempladas.

3. A semente que combina com o coração.

"Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um". (v. 8)

Todo agricultor que plantar a sua semente em um terreno fértil. Ninguém quer perder uma safra inteira por causa do solo. Por isso o agricultor tem o cuidado de adubar a terra, molhá-la, e de tempos em tempos, fazer a terra descansar. Todo esse trabalho do agricultor está pressuposto na história.

Imagine Jesus vivendo na Palestina. Uma terra muito árida e infértil. Como tornar a terra cultivável? Essa questão é fundamental para podemos entender porque a semente tem um crescimento e uma produção tão espetacular assim. Nossa vida é um deserto árido. Quando conhecemos a Cristo, pouco a pouco ele vai transformando-nos. Jesus vai cultivando a terra do nosso coração, a fim de que todas as pedras sejam recolhidas, o suprimento seja reposto, e a terra seja umidificada. Antes mesmo da semente, Deus prepara o nosso coração para que tenhamos condição de recebê-la.

O maior obstáculo para a Palavra de Deus em nós é a dureza do nosso coração. Por isso, Deus nos prepara, cumprindo a promessa feita a Ezequiel: "retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne" (Ez 11:12).

Quando a semente cai na terra, naturalmente germinará, e como encontra condições suficientes, ela crescerá e dará muitos frutos. Isso só é possível por causa de Deus. Todo o processo do efeito de transformação que em nós é feita pela Palavra é comandado por Deus! Quando somos inteiramente dependentes dele, naturalmente teremos um apreço pela sua eterna palavra.

Jesus explicou que "Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma colheita de trinta, sessenta e até cem por um" (v. 20). Deus quer crescimento, mas também quer produtividade expressa nos frutos. "Ouvir" e "aceitar" significam se submeter inteiramente àquilo que a semente representa que é a palavra. A partir do momento em que o solo recebe a semente, o solo ganha o seu sentido de ser: ele passa a ser algo em função da semente que ele carrega. Nós também, somos em função da Palavra de Deus.

Essa palavra nos habilitar a não somente ser cristão, mas também a agir e viver como um cristão. Isso é expresso através dos frutos. O apóstolo Paulo nos explica o que é ter fruto: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei." (Gl 5:22,23). São frutos de caráter. Apenas a partir do caráter forjado por Cristo é que temos uma verdadeira prática cristã! Cristo deseja justamente a abundância desse caráter que transborda em ações: "cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um". (v.8)

Conclusão e desafio.

O nosso alvo essa noite não é nos espelharmos nos solos que não combinam com a semente da palavra de Deus. Se por acaso somos um desses solos, que possamos pedir a Deus que nos transforme. Que Deus mude a minha vida a fim de que eu seja um solo fértil que acolhe a semente e a faz crescer e frutificar. A vontade de Jesus é esta para mim e para você:

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda[2], para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos. (Jo 15:1~8)

Que tenhamos um coração que combina com a semente de Deus!


[1] 4.12 Is 6.9,10

[2] 15.2 O termo grego traduzido como poda também significa limpa.

Sozinho, mas com Deus. (Mt 6:5~8)

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Introdução


Jesus está no seu "Sermão do Monte", que se estende deste o capítulo 5 até o 7. Ao abordar sobre vários pontos importantes na vida de um cristão, Ele não poderia deixar de lado a "oração".

Da mesma forma que uma conversa é muito importante no relacionamento entre pessoas, a oração é fundamental se querermos ter um relacionamento com Deus. Já disseram que a oração é o fôlego do cristão, e é verdade! Para alguns a oração consiste em um doce prazer, mas para a grande maioria, a oração é um peso, uma obrigação, algo não muito prazeroso, etc.

Ao lidarmos com as bases da nossa fé, já falamos da importância da Palavra de Deus. Junto com a palavra, a oração é a mais importante atitude que podemos tomar, se queremos realmente nos relacionar intimamente com Deus. A oração é uma experiência que parte da fé. A oração é dirigida pelo Espírito Santo. A oração é destinada a Deus, em nome de Jesus.


A oração é o momento onde você pode se colocar sozinho na presença de Deus. É um momento de intimidade. Lógico, que temos momentos em que oramos juntos de nossos amados irmãos, porém, o que Jesus quer ensinar é sobre a importância de orarmos a sós com Deus. A minha oração essa manhã é que Deus te ajude, e me ajude também, a encontrar o prazer em orar.


Orar é ser íntimo com Deus. É conhecê-Lo diretamente. É ter acesso livre à Sua presença. É desfrutar da sua maravilhosa graça. Se há uma lição que devemos aprender é de como orar. Se há uma prática que precisamos recuperar em nossas vidas e em nossa igreja é a oração.


Senhor, através desse texto, nos ensina a orar!


O texto: Mt 6:5~8.


5 “E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. 6 Mas quando você orar, vá para seu quarto[1], feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará. 7 E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. 8 Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem.


Exposição.


1. Oração é para Deus e mais ninguém.


Para quem nós oramos? É uma pergunta básica. Porém, muitas pessoas não sabem direito para quem dirigir seus pedidos, seus agradecimentos. Para ensinar isso, Jesus cita como exemplo os fariseus. Esse grupo religioso, na época de Jesus, era conhecido pelo seu zelo pela lei, mas também pela sua frieza espiritual. Eles sabiam muito intelectualmente de Deus, mas tinham pouca intimidade com ele. Qual era um dos comportamentos deles? Eles se punham em locais públicos e demonstravam a todos que estavam orando. Eles queriam ser vistos por todos e admirados pela sua "espiritualidade".


Eles aparentavam estar orando a Deus, mas estavam, na verdade, chamando toda a atenção para si. Dessa maneira, Jesus afirma que eles não terão recompensa com Deus. Então, como devemos orar? Jesus responde: "ore a seu Pai" (v. 6). Deus deve ser o alvo principal e único das nossas orações. Nós oramos a Deus-Pai, através de Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Assim, Deus é o receptor das nossas orações.

Há um contraste aqui: de um lado os fariseus que oravam a Deus publicamente, visando a notoriedade, do outro lado, os discípulos de Jesus, que são convidados a orar em segredo. Esse paradoxo também encontra eco na história contada por Jesus:


"“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.

“Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.

“Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”" (Mt 18:10~14)


Para quem você tem orado? Com que motivação? Que a sua resposta sempre seja: Deus!


2. Lei da oração: Ore em secreto, que Deus, que vê em secreto, te recompensará.


"Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará." (v. 6).


Em contraposição à atitude dos religiosos da época, qual é a oração que Deus quer ouvir? Como Ele quer que nos aproximemos-nos de Sua presença? Em segredo! Deus quer ser o foco único e último de toda a adoração. Quando Jesus fala em entrar no quarto, fechar a porta e orar em segredo, não quer dizer que você tenha que fazer isso literalmente. Jesus está falando figurativamente. Esse quarto que Jesus está falando, provavelmente é o quarto mais íntimo da casa, que não tinha janelas, só uma porta de acesso.


Orar em segredo. Para quem você compartilha os seus maiores e mais profundos segredos? Com certeza, para aquela pessoa que você mais confie no mundo. Orar em segredo demonstra a nossa total confiança e fé em Deus. Orar assim também revela uma maior intimidade entre Deus e eu.


Mesmo quando estamos sozinhos, nós, na verdade, não estamos a sós nunca: Deus sempre está conosco. Quando nos dirigimos em oração, mesmo com sussurros inaudíveis, e gemidos inexprimíveis, Ele nos ouve. Aquele que ouve em segredo, nos recompensará, ou seja, ouvirá as nossas orações.


Quantas vezes você já teve essa experiência. Têm muitos cristãos que só oram durante as refeições e durante o culto uma vez por semana. Deus gostaria que todos nós tivéssemos mais tempo para Ele. Você passa tempos a sós com Deus? Você compartilha seus segredos a Ele? Deus já te falou segredos dele para você? Jeremias diz assim: "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes." (Jr 33:3 ARA).


Deus quer passar um tempo a sós com você. E você? Você sente a necessidade de passar um tempo a sós com ele?


3. Deus sabe do que você precisa antes de você orar.


"E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem." (v. 7 e 8)


Quando escutamos testemunhos de pessoas que tem uma vida "ativa" de oração, frequentemente nos envergonharmos de nossa prática de oração. Achamos que temos de orar durante muito tempo, falar muito com Deus. Já teve a experiência de orar tudo o que você tinha de orar e olhar para o relógio e perceber que só passou cinco minutos?


Os religiosos da época pensavam que falando muito estavam agradando a Deus. Porém, Jesus nos ensina que não precisamos "ter que falar muito", porque Deus sabe de tudo, antes mesmo de falarmos algo. o Salmista diz assim no Salmo 139:

SENHOR, tu me sondas e me conheces.

Sabes quando me sento e quando me levanto;

de longe percebes os meus pensamentos.

Sabes muito bem quando trabalho

e quando descanso;

todos os meus caminhos

são bem conhecidos por ti.

Antes mesmo que a palavra

me chegue à língua,

tu já a conheces inteiramente, SENHOR. (Sl 139:1~4)


Você pode perguntar: "Se Deus sabe de tudo, por que, então, devemos orar?". Orar é uma demonstração de fé. Jesus, várias vezes nos ensina a orar, porque em muito momentos, Deus age através da oração. Jesus não somente nos ensina a orar, mas também a persistirmos na oração:

"“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. “Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas." (Mt 7:7~12).


Orar é se comunicar com o nosso Pai. Você pode amar uma pessoa sem falar que você a ama. E a pessoa pode saber que você a ama, mesmo sem escutar que a ama. Porém, quando a pessoa escuta que a outra a ama, ela confirma essa verdade. Deus sabe que nós o amamos. Porém, ele quer escutar essa verdade através da oração. Deus quer que nos comuniquemos com Ele: existem infinitas formas de Deus falar conosco, mas apenas uma forma de falar com Ele, a oração!


Conclusão.


"Naquele dia procurarei destruir todas as nações que atacarem Jerusalém. E derramarei sobre a família de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas." (Zc 12:9,10).


Qual é o convite de Deus para esse ano? Que possamos conhecê-Lo mais através da oração. Que ele nos liberte da preguiça, e nos faça livre para orar! Essa oração que é dirigida a Deus... Ele certamente nos ouvirá e nos responderá. Quando, diante de Deus, você não tiver palavras para falar, apenas contemple-O, Ele sabe de tudo o que você tem no coração.


[1] Provavelmente, Jesus está falando o quarto interior da casa, onde não havia janelas para a visão de fora. Era o quarto mais íntimo e oculto da casa. Cf. NET Bible.


Pregado em 24/01/2010

Seminário Servo de Cristo - MDiv.

Posted: quinta-feira, 24 de junho de 2010 by Sung Ho in Marcadores: ,
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Pessoal.

Para quem quer estudar teologia, o Seminário Servo de Cristo oferece as seguintes matérias no período diurno. Tem cursos a noite também. Quem quiser, acesse www.servodecristo.org.br.

Nele

A bênção do morrer

Posted: terça-feira, 22 de junho de 2010 by Sung Ho in Marcadores: , ,
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''Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as práticas do corpo, vivereis'' (Rm 8.13)


O verdadeiro discípulo do Senhor Jesus sabe que ao tomar a decisão de seguir a Cristo ele terá um custo a pagar. O custo é elevadíssimo. Ele precisará morrer. Morrer para o mundo, para os seus interesses pessoais, para a vaidade, para o orgulho, para a indiferença, para o desejo de satisfazer as vontades da carne, enfim, deverá morrer para tudo aquilo que não está de acordo com os mandamentos da Palavra de Deus. Mas, esse cristão deve saber também que essa é uma morte que conduz à vida, à alegria, à eternidade.

Quem segue a Jesus sabe que tem que pagar um preço. Jesus mesmo estabeleceu esse preço ao afirmar: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me (Lc 9.23). O preço que cada um de nós deve pagar é levar a nossa cruz. O caminho a trilhar para seguir a Jesus é o caminho da cruz.

Estamos dispostos a abandonar os prazeres ilusórios oferecidos em toda parte? Nessa época em que as pessoas não tem a motivação de agradar a Deus, mas tem a motivação de agradar-se a si mesmo, estamos preparados para morrer e, como consequência, viver abundantemente?

Jesus Cristo nos deu o exemplo. Sem merecer, por amor, ele pagou o alto preço. Ele entregou sua vida na cruz, não porque fosse culpado, ou tentava ser perdoado. Não! O preço que ele pagou foi porque ele nos ama. O seu sacrifício nos trouxe a paz, a liberdade, o acesso à presença de Deus, a felicidade que não existe em nenhum outro lugar. Hoje, todos nós que cremos, podemos desfrutar a verdadeira alegria, a verdadeira satisfação, hoje podemos viver prazerosamente, porque Jesus pagou o preço.

Mas, esse preço tem que ser pago individualmente. Cada um de nós deve pagar o preço da cruz. Não mais para sermos salvos, mas, para vivermos em santidade, para vivermos a vida eterna.

Aqueles que atendem aos sentimentos e às paixões carnais têm como consequência a morte. Porém, aqueles que se voltam para Deus por meio de Cristo, certamente viverão. Alguns morrem eternamente por causa do pecado, porque o salário do pecado é a morte. Porém, muitos vivem eternamente, porque creem em Cristo e trilham o caminho da cruz. Por sua morte Jesus veio trazer vida. Por nossa morte podemos experimentar a verdadeira vida.

Quando morremos para o mundo, verdadeiramente vivemos para Deus. Vivemos para amar, para perdoar, para estender a mão, para emprestar o ombro, para compartilhar os nossos recursos financeiros, para erguer do chão aquele que cai e não encontra forças para se levantar.

Que diferença entre o cristianismo e o mundanismo. O mundo está dizendo: divirta-se, satisfaça os seus desejos, não se reprima e viva!

O cristianismo está anunciando: morra, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e viva!

Qual é a sua escolha?

Deus nos abençoe.

Correr para o abraço

Posted: segunda-feira, 21 de junho de 2010 by Sung Ho in Marcadores:
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Meu professor de teologia falando de futebol!